quarta-feira, 30 de março de 2011

Tiago Tex Pine dá entrevista ao blog de games MEGAbit

No dia 26/03 (sábado) o MEGAbit, blog sobre videogames, fez uma entrevista com Tiago Tex Pine, recente ex-funcionário da Zeebo Interactive Studios. Na entrevista, Tex Pine fala o que o levou a entrar no ramo de jogos, sua experiência com a Zeebo Inc. e seus projetos novos.

MEGAbit - Como você se interessou pelo mercado de jogos e como entrou nele? Fale-nos um pouco sobre sua história como produtor.

Tex Pine - Quando eu tinha 12 anos pensava em novos levels para o Mega Man 2. Acho que começou aí, mas foi só no fim de 2004 que eu percebi que para viver de fazer games eu ia ter que começar minha própria empresa. Afinal, não havia nenhuma no Espírito Santo!

MEGAbit - É valido investir no mercado brasileiro de jogos? Como você enxerga o nosso mercado atualmente?

Tex Pine - Sim, eu acho bastante válido, o país cresce rápido e há milhões de pessoas entrando na classe média, onde os games começam a ser um produto viável no orçamento familiar. Mas você tem que ser inteligente, há muitas coisas que não funcionam bem aqui. O melhor exemplo é retail - só o PS3 conseguiu criar um mercado "branco" significativo. Por outro lado, social games crescem muito rápido e o Orkut ainda é pouco explorado. E atentem para o fato de que brasileiro adora celular, e vem aí uma nova geração de Androids baratos com hardware expressivo e app stores mais robustas!

MEGAbit - Dos seus trabalhos no Zeebo qual o que você mais gostou?

Tex Pine - Sem dúvida nenhuma o Super League. Em segundo lugar o Zeeboids.

MEGAbit - Tecnicamente falando, é difícil desenvolver para o Zeebo?

Tex Pine - Acho que o desenvolvimento para consoles no geral é difícil, porque são mais limitados e com muitos detalhes - além do processo de aprovação da plataforma. No caso do Zeebo, as ofertas de middlewares e engines é limitada para o BREW, mas ainda assim isso é gerenciável - como as aplicações usam C/C++ você pode portar muita coisa.

MEGAbit - Qual a maior dificuldade que existe em desenvolver jogos no Brasil?

Tex Pine - De longe é a dificuldade de encontrar capital de risco. É preciso entender que desenvolvimento de games é uma atividade naturalmente de alto risco. É um mercado "hit-driven": ou o game vira um hit altamente lucrativo, ou cai na vala comum e terá sorte de se pagar. Mas veja, é a mesma coisa no cinema, na publicação de livros, nos sites de internet, na música. Todos são entretenimento de massa, e os games não são exceção. A diferença é que no Brasil os games ainda são estigmatizados como brinquedos, porque ao contrário de países como EUA e Inglaterra, o brasileiro médio não cresceu com games evoluindo ao seu redor (na forma de arcades, consoles, iPhones...). A cultura gamer só começou a ganhar massa dentre a população adulta do Brasil nos últimos 5 anos, principalmente por causa dos PlayStations 1 e 2, que vieram nos 10 anos anteriores. Mas isso tudo está mudando. Aos poucos. :)

MEGAbit - Quais são seus projetos futuros?

Tex Pine - No momento estou produzindo games no estúdio da Glu Mobile em São Paulo. Mas tenho algumas idéias para os próximos anos, vejo boas oportunidades. Quem sabe? ;)

MEGAbit - Antes de finalizar mais uma pergunta: Quais são seus jogos favoritos? Está jogando algum agora?

Tex Pine - Civilization 5, Baldur's Gate 2, Phantasy Star 4, Sim City 4, Diablo 2, Peggle, Duke Nukem 3D, Magic The Gathering (card game). No momento tenho jogado dois games de iOS nas horas vagas, Blast e Zombie Farm, mas o que eu estou esperando mesmo ansiosamente é Duke Nukem Forever!!! "Hail to the king, baby!"

Fonte da Entrevista: MEGAbit

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